terça-feira, 29 de março de 2011

Anas strepera, Frisada

Taxonomia
Aves, Anseriformes, Anatidae.
 
Tipo de ocorrência
Residente e invernante.
 
Classificação
População  residente:  VULNERÁVEL–  VU  (D1)
Fundamentação: População muito reduzida, entre 250 e 1.000 indivíduos maturos.
 
População  invernante:  QUASE AMEAÇADO  –  NT*  (D1)
Fundamentação: População reduzida (que se admite poder ser inferior a 1.000 indivíduos maturos). No entanto, por ser um taxon visitante não reprodutor cujas condições não se estão a deteriorar nem fora nem no interior da região, o que leva a admitir um risco de extinção mais reduzido em Portugal, desceu uma categoria na adaptação à escala regional.
 
Distribuição
Distribui-se amplamente pela Eurásia, Norte de África e América Central e do Norte. A espécie é parcialmente migradora e durante o Inverno ocorre na América do Norte e Central, Europa Ocidental, Norte e Nordeste de África, Médio Oriente e Sul da Ásia. A população residente estabelece-se no Leste e Ocidente da América do Norte, no Centro da Europa, na bacia mediterrânica, a sul do Cáspio e Mar Negro (del Hoyo  et  al. 1992, Wetlands International 2002). Tanto de inverno como na época de nidificação, a espécie está  presente  sobretudo  no  Sul  do  país  (Rufino  1989,Costa  &  Rufino  1993,  1996, 1997, Costa & Guedes 1996; ICN dados não publicados). Ocorre de modo disperso, por zonas húmidas quer no interior como no litoral, numa área de ocupação que se apresenta mais reduzida durante a época de reprodução, em que se admite ser inferior a 20 km2.
 
População
Em  resultado  de  censos  dirigidos  a  Anatídeos,  realizados  no  âmbito  do  Novo  Atlas (Encarnação  V  dados  não  publicados),  estima-se  que  a  população  nidificante  esteja compreendida entre 250 e 1.000 indivíduos maduros.

Os efectivos invernantes desta espécie recenseados nos últimos dez anos registam valores entre os 250 e os 1.000 indivíduos (Rufino 1993, Costa & Guedes 1996, Costa & Rufino 1993, 1996 e 1997, Encarnação V & Guedes RS dados não publicados). A análise  dos  resultados  dos  censos  de  aves  aquáticas  invernantes  indica  uma  tendência populacional  de  reduzido  crescimento  (Sousa  2002b),  que  acompanha  de  resto  a tendência registada também na população europeia ocidental (Wetlands International 2002). Esta tendência, juntamente com o facto de se admitir que o habitat não esteja em declínio em Portugal, levou a assumir um risco de extinção da população invernante no nosso  território  mais  reduzido,  tendo  descido  uma  categoria  na  adaptação  à  escala regional.

Em termos de estatuto de ameaça a nível da Europa, a espécie é considerada Depauperada, embora  ainda  provisoriamente,  tendo apresentado  um  declínio  histórico  acentuado (BirdLife International 2004).
 
Habitat
Prefere zonas húmidas naturais ou artificiais de água doce, pouco profundas, calmas e abertas, que ofereçam vegetação emergente abundante com margens suaves ou ilhas.
Evita planos de água agitados, marinhos ou salobros.

No Inverno, concentra-se em lagoas, albufeiras e zonas abrigadas de estuários.

Factores de Ameaça
Entre os factores de ameaça desta espécie destacam-se a drenagem e destruição de zonas húmidas e a poluição da água, por efluentes domésticos, industriais e agrícolas.

Trata-se de uma espécie sensível à perturbação humana, nomeadamente os desportos aquáticos realizados em albufeiras ou estuários, bem como a visitação dos locais que frequenta.

É também muito sensível a alterações do nível de água, o que em muitos casos a leva a frequentar planos de água artificiais.
 
Medidas de Conservação
Esta espécie, tal como a maioria das espécies aquáticas, beneficiaria com a manutenção dos níveis de água nas áreas onde nidifica, bem como com a minimização da perturbação nos locais quer de nidificação, quer de invernada e, principalmente, com o controlo da caça ilegal.

Por outro lado, é uma espécie que beneficiará largamente da melhoria da eficácia do controlo e tratamento das descargas de efluentes.

Importa também assegurar a monitorização dos efectivos invernantes.
in Livro Vermelho dos Vertebrados

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