O Pentium II foi produzido em duas arquitecturas diferentes. As versões de até 300 MHz utilizam a arquitectura Klamath, que consiste numa técnica de fabricação de 0.35 mícron, muito parecida com a utilizada nos processadores Pentium MMX. Nas versões a partir de 333 MHz já é utilizada a arquitectura Deschutes de 0.25 mícron, que garante uma dissipação de calor muito menor, o que possibilitou o desenvolvimento de processadores mais rápidos.
Vale a pena lembrar também que no Pentium II não é preciso preocupar-se em configurar correctamente a tensão do processador, pois isto é feito automaticamente pela placa mãe. Só para matar a sua curiosidade, os processadores baseados na arquitectura Klamath utilizam 2.8 volts, enquanto os baseados na arquitectura Deschutes utilizam 2.0 volts.
Note apenas que é necessário que a placa suporte a voltagem utilizada pelo processador. Se tiver nas mãos uma placa slot 1 antiga, que trabalhe apenas com tensões de 2.8 e 2.0v, não poderá utilizar por exemplo um Pentium III Coppermine, que usa tensão de 1.75v. Em muitos casos este problema pode ser resolvido com um upgrade de BIOS, verifique se existe algum disponível na página do fabricante.
Uma última consideração a respeito dos processadores Pentium II é sobre a frequência de barramento utilizada pelo processador. As versões do Pentium II de até 333 MHz usam bus de 66 MHz, enquanto que as versões a partir de 350 MHz usam bus de 100 MHz, o que acelera a troca de dados entre o processador e a memória RAM.
Lembra-se do recurso de Pipeline introduzido no 486? Enquanto o Pentium clássico, assim como o Pentium MMX mantém a mesma estrutura básica do 486, com um Pipeline de 5 níveis, o Pentium II por utilizar a mesma arquitectura do Pentium Pro possui um Pipeline de 10 estágios. Além de melhorar a performance do processador, o uso de um Pipeline de mais estágios visa permitir desenvolver processadores capazes de operar a frequências maiores.
A ideia é que com um Pipeline mais longo, o processador é capaz de processar mais instruções simultaneamente. Porém, ao mesmo tempo, o Pentium II possui um núcleo RISC, o que significa que internamente ele processa apenas instruções simples. A combinação destes dois factores permite simplificar a operação de cada estágio do Pipeline, fazendo com que cada estágio execute menos processamento, mas em conjunto consigam executar as mesmas tarefas, já que são em maior número. Executando menos processamento por ciclo em cada estágio, é possível fazer o processador operar a frequências mais altas, sem sacrificar a estabilidade. Na prática, existe a possibilidade de desenvolver processadores mais rápidos, mesmo utilizando as mesmas técnicas de fabricação.
in Manual de Hardware Completo
de Carlos E Marimoto
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