quinta-feira, 22 de março de 2012

Memória RAM: Preço x quantidade

Antigamente, os módulos de memória RAM custavam muito caro. Há poucos anos atrás, pagávamos mais de 40 dólares por megabyte. Em pleno início da década de 90, o preço da memória chegou a bater a marca dos 100 dólares por megabyte.

Com a memória custando este fortuna, é compreensível que a grande maioria dos PCs 386 e 486 viessem equipados com apenas 8 ou mesmo 4 MB de memória, sendo que o recomendável para utilizar sistemas gráficos como o Windows 95, ou mesmo o XFree86 do Linux seriam pelo menos 16.

Felizmente, tivemos nos últimos anos uma queda vertiginosa no preço das memórias. Assim como os processadores evoluem, incorporando mais transístores, operando a frequências maiores e ainda assim custando cada vez mais baratos, com o passar do tempo os fabricantes de memória conseguem produzir chips de memória com transístores cada vez menores. Com isto, é possível aumentar a quantidade de memória em cada chip e o preço por megabyte desce.

Voltando ao ramo dos processadores, um 486 tinha apenas 1.200.000 transístores, enquanto um Athlon Thunderbird tem 37 milhões. Mesmo assim, um Athlon custa hoje bem menos que um 486 custava na época em que era novidade. A chave para este salto é a miniaturização dos transístores.

Na memória RAM, cada transístor representa um bit de dados. Um módulo de memória com 64 MB é formado por cerca de 512 milhões de transístores. Conforme os fabricantes desenvolvem novas tecnologias, passam a ser capazes de produzir transístores menores. Com isso é possível incluir mais transístores, e consequentemente mais memória em cada chip. Os primeiros chips de memória RAM tinham apenas 1 Kb (um Kbit e não um Kbyte, preste atenção no B minúsculo :-), enquanto actualmente a moda é produzir chips com 128 Mb (megabits). Juntando 8 chips temos um pente de memória com 128 MB, juntando 16 temos um módulo de 256 MB e assim por diante.

Chegamos assim aos 30 centavos por megabyte.
 
Os módulos de memória ainda não dão em árvore, mas estão perto disso, pelo menos em termos de preço.
O baixo preço actual, justifica o uso de 128 ou mesmo 256 MB de memória. Alguns utilizadores de aplicações mais pesadas já vão mais além, definindo 512 MB como o ideal. A quantidade e velocidade das memórias são mais importantes que a própria velocidade do processador, principalmente para quem costuma trabalhar com várias aplicações abertas ao mesmo tempo, ou trabalha com arquivos pesados, imagens, vídeo, etc..

A equação é simples. Qualquer programa ou arquivo em uso precisa ser armazenado na memória. O processador começa a usar a memória RAM que é razoavelmente rápida, o suficiente para que (com a ajuda do cache) o processador possa usar todo o seu potencial. Mas, e quando a memória RAM se esgota? Bem, o que você prefere, ver uma mensagem de “não há memória suficiente”, ou ver a aplicação funcionando, mesmo que lentamente? Se você ficou com a segunda opção, agradeça ao engenheiro da Intel que trabalhou para incluir o recurso de memória virtual a partir 386.

A memória virtual é só um quebra galho. Serve para permitir que o processador simule mais memória RAM criando um arquivo no disco rígido e armazenando nele os dados que não couberam na memória. O problema é que o processador processa bilhões de instruções por segundo, enquanto um disco rígido rápido tem tempos de acesso em torno de 10 milésimos de segundo.

Como o processador não pode fazer nada se não tiver dados para processar, precisa esperar até que o disco rígido possa lhe entregar o trabalho a ser feito. De nada adianta ter um processador muito rápido, se por falta de memória RAM ele é sub-utilizado devido ao uso de memória virtual, ficando limitado à performance do disco rígido.

Para você ter uma ideia do quanto a quantidade de memória RAM é importante, um simples 486DX4-100, com uma quantidade razoável de memória RAM (32 MB ou mais) é capaz de utilizar o Windows 95/98 e a maioria das aplicações mais rápido do que um Pentium III de 1 GHz equipado com apenas 8 MB de memória. Afinal, o que é mais rápido, um processador 486, ou o disco rígido usado no Pentium III? 

Claro que o ideal é sempre termos um sistema equilibrado; não adianta também querer instalar 64 MB de memória RAM num 386.
in Manual de Hardware Completo
de Carlos E Marimoto

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