Taxonomia
Aves, Ciconiiformes, Ciconiidae.
Tipo de ocorrência
Estival nidificante.
Classificação
VULNERÁVEL . VU* (D)
Fundamentação: Espécie com população muito reduzida, estimada entre 150 e 250 indivíduos. No entanto, por se admitir que a população em Portugal poderá ser alvo de imigração significativa e não ser de esperar que a imigração das regiões vizinhas possa vir a diminuir, na adaptação à escala regional desceu uma categoria.
Distribuição
É uma espécie afro-eurasiática migradora. Durante a época de nidificação distribui-se pela Península Ibérica e da Europa Central até Leste da Sibéria. No Outono, estas populações migram para África subsariana, para o Leste e Nordeste de África, e do Paquistão ao Sudeste e Leste da China. Alguns indivíduos permanecem na Península Ibérica durante o todo o ano. Existem ainda populações dispersas na África austral, parcialmente migradoras (del Hoyo et al. 1992, Wetlands International 2002).
Em Portugal ocorre no Interior, sobretudo associada às bacias hidrográficas dos rios Tejo, Douro e Guadiana.
População
O primeiro recenseamento nacional da população nidificante foi realizado em 1995-1997. Foram então recenseados entre 83 a 96 casais em território nacional (Rosa et al. 2001a). Anteriormente a este recenseamento muitas áreas de ocorrência da espécie eram ainda desconhecidas, sobretudo no sul do país, por falta de prospecção.
O último recenseamento encontra-se ainda em curso; no entanto, é já possível adiantar que existe uma certa estabilidade populacional desta espécie desde 1997. A população nacional representa cerca de 1% da população europeia e 20% da população ibérica, a qual constitui um núcleo aparentemente isolado, em termos de reprodução, do restante europeu (Jans & Lorge 2001, Cano & Hernández 2003, Jadoul 2001, Pojer 2001, Rosa et al. 2001a, Villarubias et al. 2001).
Em termos de estatuto de ameaça a nível da Europa, a espécie é considerada Depauperada, tendo apresentado um declínio histórico acentuado (BirdLife International 2004).
A cegonha-preta em Espanha foi classificada como Vulnerável (VU) (Madroño et al. 2004), mas o núcleo populacional em Portugal pertence a uma população ibérica que se encontra estável no centro da sua distribuição, havendo evidências de expansão nalgumas áreas marginais (Cano et al. in press). Por este motivo e ainda por serem conhecidos casos não filopátricos na Península Ibérica, admitiu-se assim um risco de extinção mais reduzido em Portugal, tendo-se descido uma categoria na adaptação regional.
Habitat
Pode nidificar em árvore ou rocha, ocorrendo tanto em escarpas de linhas de água ou de serras, como em áreas de montado, de matagal ou de pinhal maduro. No nosso país apenas foi observada a alimentar-se em zonas húmidas, nomeadamente linhas de água, charcas e albufeiras.
Factores de Ameaça
A perturbação humana sobretudo devido a actividades de recreio, de turismo e de desporto em áreas de nidificação, de alimentação e de concentração pós-nupcial constitui o principal factor de ameaça. Muitas dessas actividades são desenvolvidas em áreas críticas para esta espécie, devido à crescente abertura e melhoramento de vias. Durante a época de nidificação as actividades extractivas e agro-silvo-pastoris, nomeadamente extracção de inertes, as podas, o descortiçamento, o corte, a lavra, a ceifa, o pastoreio, entre outros, constituem também factores de ameaça a considerar. Assiste-se também a uma perda, alteração e degradação do habitat sobretudo associada à construção de grandes infra-estruturas hidráulicas, à abertura e melhoramento de vias, aos incêndios e à reconversão de habitats e povoamentos florestais com espécies de crescimento rápido (e.g. eucalipto e pinheiro-bravo) e os parques eólicos. Sendo uma ave planadora, as infra-estruturas da rede eléctrica constituem também ameaça pelo perigo de colisão (Franco et al. in prep.).
Medidas de Conservação
Muitos casais nidificam em áreas onde não se encontram outros valores avifaunísticos relevantes, pelo que apenas cerca de 50% da população ficou abrangida pela rede de Zonas de Protecção Especial. Este aspecto ressalva a importância da existência de um adequado ordenamento do território e gestão de actividades humanas mesmo fora de áreas classificadas. A regulamentação de actividades recreativas, como as náuticas e as terrestres motorizadas, acompanhada de fiscalização, é imperativa em áreas de nidificação mais vulneráveis e importantes. Parece ser crucial a divulgação e sensibilização, da necessidade de conservação do património natural, dirigida tanto ao público em geral, como aos gestores, proprietários e dirigentes institucionais e políticos (Franco et al. in prep.).
Notas
Ocasionalmente são observados indivíduos durante o Inverno.
Aves, Ciconiiformes, Ciconiidae.
Tipo de ocorrência
Estival nidificante.
Classificação
VULNERÁVEL . VU* (D)
Fundamentação: Espécie com população muito reduzida, estimada entre 150 e 250 indivíduos. No entanto, por se admitir que a população em Portugal poderá ser alvo de imigração significativa e não ser de esperar que a imigração das regiões vizinhas possa vir a diminuir, na adaptação à escala regional desceu uma categoria.
Distribuição
É uma espécie afro-eurasiática migradora. Durante a época de nidificação distribui-se pela Península Ibérica e da Europa Central até Leste da Sibéria. No Outono, estas populações migram para África subsariana, para o Leste e Nordeste de África, e do Paquistão ao Sudeste e Leste da China. Alguns indivíduos permanecem na Península Ibérica durante o todo o ano. Existem ainda populações dispersas na África austral, parcialmente migradoras (del Hoyo et al. 1992, Wetlands International 2002).
Em Portugal ocorre no Interior, sobretudo associada às bacias hidrográficas dos rios Tejo, Douro e Guadiana.
População
O primeiro recenseamento nacional da população nidificante foi realizado em 1995-1997. Foram então recenseados entre 83 a 96 casais em território nacional (Rosa et al. 2001a). Anteriormente a este recenseamento muitas áreas de ocorrência da espécie eram ainda desconhecidas, sobretudo no sul do país, por falta de prospecção.
O último recenseamento encontra-se ainda em curso; no entanto, é já possível adiantar que existe uma certa estabilidade populacional desta espécie desde 1997. A população nacional representa cerca de 1% da população europeia e 20% da população ibérica, a qual constitui um núcleo aparentemente isolado, em termos de reprodução, do restante europeu (Jans & Lorge 2001, Cano & Hernández 2003, Jadoul 2001, Pojer 2001, Rosa et al. 2001a, Villarubias et al. 2001).
Em termos de estatuto de ameaça a nível da Europa, a espécie é considerada Depauperada, tendo apresentado um declínio histórico acentuado (BirdLife International 2004).
A cegonha-preta em Espanha foi classificada como Vulnerável (VU) (Madroño et al. 2004), mas o núcleo populacional em Portugal pertence a uma população ibérica que se encontra estável no centro da sua distribuição, havendo evidências de expansão nalgumas áreas marginais (Cano et al. in press). Por este motivo e ainda por serem conhecidos casos não filopátricos na Península Ibérica, admitiu-se assim um risco de extinção mais reduzido em Portugal, tendo-se descido uma categoria na adaptação regional.
Habitat
Pode nidificar em árvore ou rocha, ocorrendo tanto em escarpas de linhas de água ou de serras, como em áreas de montado, de matagal ou de pinhal maduro. No nosso país apenas foi observada a alimentar-se em zonas húmidas, nomeadamente linhas de água, charcas e albufeiras.
Factores de Ameaça
A perturbação humana sobretudo devido a actividades de recreio, de turismo e de desporto em áreas de nidificação, de alimentação e de concentração pós-nupcial constitui o principal factor de ameaça. Muitas dessas actividades são desenvolvidas em áreas críticas para esta espécie, devido à crescente abertura e melhoramento de vias. Durante a época de nidificação as actividades extractivas e agro-silvo-pastoris, nomeadamente extracção de inertes, as podas, o descortiçamento, o corte, a lavra, a ceifa, o pastoreio, entre outros, constituem também factores de ameaça a considerar. Assiste-se também a uma perda, alteração e degradação do habitat sobretudo associada à construção de grandes infra-estruturas hidráulicas, à abertura e melhoramento de vias, aos incêndios e à reconversão de habitats e povoamentos florestais com espécies de crescimento rápido (e.g. eucalipto e pinheiro-bravo) e os parques eólicos. Sendo uma ave planadora, as infra-estruturas da rede eléctrica constituem também ameaça pelo perigo de colisão (Franco et al. in prep.).
Medidas de Conservação
Muitos casais nidificam em áreas onde não se encontram outros valores avifaunísticos relevantes, pelo que apenas cerca de 50% da população ficou abrangida pela rede de Zonas de Protecção Especial. Este aspecto ressalva a importância da existência de um adequado ordenamento do território e gestão de actividades humanas mesmo fora de áreas classificadas. A regulamentação de actividades recreativas, como as náuticas e as terrestres motorizadas, acompanhada de fiscalização, é imperativa em áreas de nidificação mais vulneráveis e importantes. Parece ser crucial a divulgação e sensibilização, da necessidade de conservação do património natural, dirigida tanto ao público em geral, como aos gestores, proprietários e dirigentes institucionais e políticos (Franco et al. in prep.).
Notas
Ocasionalmente são observados indivíduos durante o Inverno.
in Livro Vermelho dos Vertebrados
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