É evidente que, para iniciar o Movimento dos Cursilhos de Cristandade numa Diocese, são necessárias três coisas:
1ª- contar de antemão com o beneplácito do Sr. Bispo,
2ª - contar com a generosidade do sacerdote ou sacerdotes que o Sr. Bispo designe para o Movimento, e
3ª - contar também com um grupo de cristãos seculares.
Estes cristãos seculares terão de reunir ou pelo menos terão de tratar de adquirir, aquelas qualidades que já o Papa Pío X, assinalava que deveriam possuir os dirigentes dos movimentos de seculares que, por aquelas alturas, começavam a surgir na Igreja: "Católicos maciços, convencidos da sua fé, pessoas de piedade genuína, etc."
Este grupo de cristãos, na medida em que vão formando uma unidade viva de pensamento, de vontade e de acção, estarão no caminho para ir conseguindo, pela graça de Deus, as orações de muitos e a colaboração conjunta de todos os mais possíveis, a finalidade que o Movimento dos Cursilhos persegue, e se não se distorcerem as coisas, muitas das vezes consegue.
Também é evidente que quando o Movimento dos Cursilhos é fiel à sua finalidade, ou seja aos objectivos que deve propor-se conseguir, segundo pensaram os fundadores que os conceberam e estruturaram, tem de se assinalar como meta primordial, ainda que não exclusiva, que a mensagem de Cristo chegue aos que, normalmente, se chamam os afastados: aos que não tem fé, ou não sabem se a tem, porque vivem absorvidos por coisas que crêem importantes, mas que não os preenchem.
De entre eles, e talvez os de mais personalidade, normalmente muitas vezes protagonistas de muitas acções erradas, quase sempre pelo único motivo de que não lhes chegou a notícia de que Deus os ama, numa linguagem, atraente e estilo apropriado para, não só captá-la, senão até para ter vontade de ir estudando-a e aprofundando-a.
Onde o grupo inicial sabe entender, compreender ou melhor dizendo: AMAR estas pessoas, como Deus as ama, é dizer tal e como são, não como queríamos nós que fossem, e se os respeita, se os valoriza e se os escuta, por lógica e por sentido comum, se cai na conta, melhor dizendo se chega à plena convicção, que é no mesmo lugar geográfico, social, familiar e ambiental onde tem que crescer e dar fruto. Desorientá-los, transplantá-los para uma zona pia, para poder paternalizar a nova situação que a assistência ao Cursilho lhes criou, e obrigá-los a que empreguem a sua generosidade para aceitar sem dar um pio as nossas "receitas apostólicas caseiras", que são sem dúvida muito boas e eficazes para os "obreiros" que foram chamados à vinha desde a primeira hora, mas que de nenhuma maneira se enquadram nem são aptas para dar um canal fáctico à originalidade e à criatividade que a sua entrega apaixonada de recém-convertidos reclama.
Para começar o processo de um seguimento efectivo e eficaz para esta classe de pessoas, e poder ir logrando que formem com o tempo um grupo compacto, com os "católicos convencidos desde sempre" é de todo ponto necessário respeitar a sua liberdade e não empregá-los, queiram ou não, em solucionar problemas intra-eclesiais, que além de tirar-lhes tempo, lhe tirarão a possibilidade de ser normais perante as pessoas do seu ambiente, pois a hemorragia de generosidade que produz o Cursilho, nas pessoas já de si generosas, os induz a aceitar, sem discernimento nenhum, as múltiplas "ofertas" apostólicas que se oferecem no mercado do pio, e que quase sempre exigem a assistência a uns actos e reuniões, que sem culpa de nada e com a melhor vontade por parte de todos, lhe confundem a clareza da santa simplicidade do fundamental cristão. Se queremos de verdade que preservem e mantenham e acrescentem a visão do cristão que o Cursilho lhes descobriu, esta tem que estar conectada com o que constitui o seu viver quotidiano para poder ir vivendo-o com renovado brio.
É que se de verdade nos interessa a fermentação do cristão no mundo, não na nossa super cultivada parcela preferida, o único que nos deve de verdade importar, não é ter um mais nas nossas fileiras de sempre, para fazê-lo fazer o de sempre, senão que Cristo possa contar com um mais, que o conheça e o ame, em e desde ele mesmo lugar onde se fala, tratando de ver, desde o seu horizonte habitual, as coisas quotidianas e correntes, com olhos novos.
E isto se irá realizando à medida que vá descobrindo cada dia um pouco mais que, o egoísmo, o orgulho e a ambição que, desde sempre lhe vinham incomodando o seu viver, vão tomando nele, outro sentido, reduzindo o seu valor na escala dos seus valores, na sua, na que ele emprega para valorizar e para poder seguir a trajectória do seu viver de sempre, com mais fé e mais alegria, mas todo ele onde Deus o plantou, isto é, nas circunstâncias concretas que nele concorrem e sem lançá-lo em compromissos, mais ou menos pios que, quando se realizam sem convicção lúcida e reflectida, correm o perigo de ser pista que conduz à simulação e à dissimulação, coisas ambas que deterioram a atitude honrada que sempre querem ter e manifestar, os que se esforçam por ser fiéis ao Cristo vivo, normal e próximo que no Cursilho conheceram, que os entusiasmou então e que segue ainda, no fundo, apesar de tudo, entusiasmando-os.
Tudo isto que é sem dúvida possível quando se empregam os meios adequados, que são a Reunião de Grupo e a Ultreia, torna-se utópico e até, às vezes, impensável e impossível quando se prefere empregar outras maneiras, impondo-lhes tarefas intra-eclesiais que solucionam problemas que outros solucionariam melhor e mais ao gosto de quem os mandou fazê-las, porque o clima onde cresceram, lhes propiciou uma atitude piamente conformista e obediente que não se dá no mundo dos afastados, a não ser que quando nos aproximamos lhes façamos uma cerca e os metamos à força de fantasiosas responsabilidades, e culpabilidades, nos nossos esquemas e estruturas de sempre.
Compreendemos perfeitamente a pressa que se tem para tornar os recém-chegados dos nossos, mas sabemos também que é esta mesma pressa que interrompe o processo dinâmico do desenvolvimento da semente evangélica no humano de cada pessoa.
Outra coisa sucede quando os da primeira hora, em vez de ter em conta tão só que trabalharam mais e mais tempo que os demais, vão percebendo e descobrindo nos demais, precisamente nos demais, e nos recém-chegados qualidades até então desconhecidas ou pouco praticadas por eles, e se a sua intenção é recta, e se tem a humildade necessária para aceitar o verdadeiro, não podem menos de suscitar-lhes uma sincera admiração, que, dissipando dissipadoras dúvidas, os fazem ver a necessidade e ainda a conveniência de contar com eles para que a vinha do Senhor seja mais e melhor cultivada em toda a sua vasta extensão e nas numerosas e diversas particularidades de cada parcela.
Mas se dá o caso que, onde a ideia que persegue o Movimento de Cursilhos tenha sido captada de maneira integra, se vai logrando, sempre com as imperfeições inerentes a todo o humano, o que vai conseguindo dos homens a semente evangélica, quando não é adulterada, nem adoçada, o que confirma uma vez mais que o cristão, para o cristão, é sempre a culminação do possível.
1ª- contar de antemão com o beneplácito do Sr. Bispo,
2ª - contar com a generosidade do sacerdote ou sacerdotes que o Sr. Bispo designe para o Movimento, e
3ª - contar também com um grupo de cristãos seculares.
Estes cristãos seculares terão de reunir ou pelo menos terão de tratar de adquirir, aquelas qualidades que já o Papa Pío X, assinalava que deveriam possuir os dirigentes dos movimentos de seculares que, por aquelas alturas, começavam a surgir na Igreja: "Católicos maciços, convencidos da sua fé, pessoas de piedade genuína, etc."
Este grupo de cristãos, na medida em que vão formando uma unidade viva de pensamento, de vontade e de acção, estarão no caminho para ir conseguindo, pela graça de Deus, as orações de muitos e a colaboração conjunta de todos os mais possíveis, a finalidade que o Movimento dos Cursilhos persegue, e se não se distorcerem as coisas, muitas das vezes consegue.
Também é evidente que quando o Movimento dos Cursilhos é fiel à sua finalidade, ou seja aos objectivos que deve propor-se conseguir, segundo pensaram os fundadores que os conceberam e estruturaram, tem de se assinalar como meta primordial, ainda que não exclusiva, que a mensagem de Cristo chegue aos que, normalmente, se chamam os afastados: aos que não tem fé, ou não sabem se a tem, porque vivem absorvidos por coisas que crêem importantes, mas que não os preenchem.
De entre eles, e talvez os de mais personalidade, normalmente muitas vezes protagonistas de muitas acções erradas, quase sempre pelo único motivo de que não lhes chegou a notícia de que Deus os ama, numa linguagem, atraente e estilo apropriado para, não só captá-la, senão até para ter vontade de ir estudando-a e aprofundando-a.
Onde o grupo inicial sabe entender, compreender ou melhor dizendo: AMAR estas pessoas, como Deus as ama, é dizer tal e como são, não como queríamos nós que fossem, e se os respeita, se os valoriza e se os escuta, por lógica e por sentido comum, se cai na conta, melhor dizendo se chega à plena convicção, que é no mesmo lugar geográfico, social, familiar e ambiental onde tem que crescer e dar fruto. Desorientá-los, transplantá-los para uma zona pia, para poder paternalizar a nova situação que a assistência ao Cursilho lhes criou, e obrigá-los a que empreguem a sua generosidade para aceitar sem dar um pio as nossas "receitas apostólicas caseiras", que são sem dúvida muito boas e eficazes para os "obreiros" que foram chamados à vinha desde a primeira hora, mas que de nenhuma maneira se enquadram nem são aptas para dar um canal fáctico à originalidade e à criatividade que a sua entrega apaixonada de recém-convertidos reclama.
Para começar o processo de um seguimento efectivo e eficaz para esta classe de pessoas, e poder ir logrando que formem com o tempo um grupo compacto, com os "católicos convencidos desde sempre" é de todo ponto necessário respeitar a sua liberdade e não empregá-los, queiram ou não, em solucionar problemas intra-eclesiais, que além de tirar-lhes tempo, lhe tirarão a possibilidade de ser normais perante as pessoas do seu ambiente, pois a hemorragia de generosidade que produz o Cursilho, nas pessoas já de si generosas, os induz a aceitar, sem discernimento nenhum, as múltiplas "ofertas" apostólicas que se oferecem no mercado do pio, e que quase sempre exigem a assistência a uns actos e reuniões, que sem culpa de nada e com a melhor vontade por parte de todos, lhe confundem a clareza da santa simplicidade do fundamental cristão. Se queremos de verdade que preservem e mantenham e acrescentem a visão do cristão que o Cursilho lhes descobriu, esta tem que estar conectada com o que constitui o seu viver quotidiano para poder ir vivendo-o com renovado brio.
É que se de verdade nos interessa a fermentação do cristão no mundo, não na nossa super cultivada parcela preferida, o único que nos deve de verdade importar, não é ter um mais nas nossas fileiras de sempre, para fazê-lo fazer o de sempre, senão que Cristo possa contar com um mais, que o conheça e o ame, em e desde ele mesmo lugar onde se fala, tratando de ver, desde o seu horizonte habitual, as coisas quotidianas e correntes, com olhos novos.
E isto se irá realizando à medida que vá descobrindo cada dia um pouco mais que, o egoísmo, o orgulho e a ambição que, desde sempre lhe vinham incomodando o seu viver, vão tomando nele, outro sentido, reduzindo o seu valor na escala dos seus valores, na sua, na que ele emprega para valorizar e para poder seguir a trajectória do seu viver de sempre, com mais fé e mais alegria, mas todo ele onde Deus o plantou, isto é, nas circunstâncias concretas que nele concorrem e sem lançá-lo em compromissos, mais ou menos pios que, quando se realizam sem convicção lúcida e reflectida, correm o perigo de ser pista que conduz à simulação e à dissimulação, coisas ambas que deterioram a atitude honrada que sempre querem ter e manifestar, os que se esforçam por ser fiéis ao Cristo vivo, normal e próximo que no Cursilho conheceram, que os entusiasmou então e que segue ainda, no fundo, apesar de tudo, entusiasmando-os.
Tudo isto que é sem dúvida possível quando se empregam os meios adequados, que são a Reunião de Grupo e a Ultreia, torna-se utópico e até, às vezes, impensável e impossível quando se prefere empregar outras maneiras, impondo-lhes tarefas intra-eclesiais que solucionam problemas que outros solucionariam melhor e mais ao gosto de quem os mandou fazê-las, porque o clima onde cresceram, lhes propiciou uma atitude piamente conformista e obediente que não se dá no mundo dos afastados, a não ser que quando nos aproximamos lhes façamos uma cerca e os metamos à força de fantasiosas responsabilidades, e culpabilidades, nos nossos esquemas e estruturas de sempre.
Compreendemos perfeitamente a pressa que se tem para tornar os recém-chegados dos nossos, mas sabemos também que é esta mesma pressa que interrompe o processo dinâmico do desenvolvimento da semente evangélica no humano de cada pessoa.
Outra coisa sucede quando os da primeira hora, em vez de ter em conta tão só que trabalharam mais e mais tempo que os demais, vão percebendo e descobrindo nos demais, precisamente nos demais, e nos recém-chegados qualidades até então desconhecidas ou pouco praticadas por eles, e se a sua intenção é recta, e se tem a humildade necessária para aceitar o verdadeiro, não podem menos de suscitar-lhes uma sincera admiração, que, dissipando dissipadoras dúvidas, os fazem ver a necessidade e ainda a conveniência de contar com eles para que a vinha do Senhor seja mais e melhor cultivada em toda a sua vasta extensão e nas numerosas e diversas particularidades de cada parcela.
Mas se dá o caso que, onde a ideia que persegue o Movimento de Cursilhos tenha sido captada de maneira integra, se vai logrando, sempre com as imperfeições inerentes a todo o humano, o que vai conseguindo dos homens a semente evangélica, quando não é adulterada, nem adoçada, o que confirma uma vez mais que o cristão, para o cristão, é sempre a culminação do possível.
Eduardo Bonnín
Francisco Forteza
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