quarta-feira, 23 de abril de 2014

Froissartage - Sambladuras

Para unir duas ou três peças de madeira são possíveis vários tipos de sambladuras. A experiência e a observação directa permitirão determinar o tipo de sambladura que se julga mais adequada a cada caso, de acordo com as forças que exercerão sobre o ponto considerado. As sambladuras devem ser fixadas com uma cavilha, podendo também ser fixadas com uma ligação em sisal, um grampo ou até um prego. Os encaixes consistem em entalhar dois toros que se devem juntar de modo a poder haver aperto por serem duas superfícies planas que estão em contacto.
 
Sambladura à meia madeira
Esta sambladura consiste em abrir um entalhe, em cada um dos troncos de modo a obter duas faces. Começa por fazer dois traços com a serra no tronco e desbasta de um dos lados, usando para isso um formão (1). De seguida desbasta para o outro lado (2) e assim sucessivamente até atingires a profundidade desejada (3). Para aplainar o entalhe desbasta novamente, mas utilizando o formão na horizontal (4).

As duas peças estão prontas a ser unidas (5), devendo usar-se uma cavilha (6) para fixar o conjunto. Em cada tronco podem-se fazer vários de modo a construir aquilo que for preciso (7).

Sambladura com entalhe
Nesta sambladura a travessa lateral é recortada de modo a poder receber toda a expessura da travessa transversal.

Sambladura topo a topo
Este é um tipo de sambladura muito frequente, por exemplo para aumentar a altura de um mastro. Cada toro é reduzido a metade da sua espessura. O comprimento do encaixe deverá ser rigorosamente igual nos dois troncos a juntar. Depois de feito o encaixe, fura-se cada peça por sua vez para receberem as cavilhas (8). Uma variante é fazer o entalhe próximo da ponta do toro (9) de modo que se ajustem abliquamente.

Sambladura engastada
Esta sambladura emprega-se geralmente nas armações de mesas ou altares de campo. Para fazer a caixa, faz um furo no ponto onde se deverá situar o fundo. Fazendo dois traços com a serra teremos a caixa aberta. A espiga é feita com a plaina ou com a serra. Esta sambladura reduz muito a resistência da madeira pelo que só será de utilizar quando se trabalha com toros grossos (10, 11, 12).

Técnica de caixa e espiga
Esta técnica pode ser usada constantemente e com as mais variadas finalidades. Consiste em abrir um furo num trondo e cravar nele uma espiga moldada em forma aproximadamente cónica (13). O furo pode atravessar completamente o tronco em que é praticado ou deixar uma superfície exterior intacta (por exemplo para cravar os pés de um banco (14)). A espiga deve ser moldada com a plaina. O trado para fazer o furo deve ter cerca de 1/3 de espessura da peça em que se trabalha.

Aplicação de uma cunha
Em muitos casos, para fixação das peças, umas às outras, é necessário usar cunhas de madeira. Se os toros forem ligados topo a topo podem-se utilizar duas cunhas, uma de cada lado (15). Para melhor fixação de uma espiga numa caixa, deve-se utilizar uma cunha do lado oposto ao da espiga (16).




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