Taxonomia
Mammalia, Carnivora, Felidae.
Mammalia, Carnivora, Felidae.
Tipo de ocorrência
Residente.
Residente.
Classificação
VULNERÁVEL - VU (A2cde+3cde+4cde)
Fundamentação: A espécie teve uma redução do tamanho da população que pode ter atingido 30% nos últimos 24 anos, de acordo com a avaliação do declínio da qualidade do habitat, dos níveis de exploração actuais e potenciais e efeitos da hibridação, por causas que podem não ter cessado, não ser compreendidas ou não ser reversíveis, e que se supõe persistir e prolongar-se no futuro.
VULNERÁVEL - VU (A2cde+3cde+4cde)
Fundamentação: A espécie teve uma redução do tamanho da população que pode ter atingido 30% nos últimos 24 anos, de acordo com a avaliação do declínio da qualidade do habitat, dos níveis de exploração actuais e potenciais e efeitos da hibridação, por causas que podem não ter cessado, não ser compreendidas ou não ser reversíveis, e que se supõe persistir e prolongar-se no futuro.
Distribuição
O gato-bravo apresenta uma distribuição geográfica ampla e fragmentada, que abrange a Europa, Ásia e África. Na Europa Ocidental, a subespécie Felis silvestris silvestris ocorre na Península Ibérica, Nordeste de França, Luxemburgo, Sul da Bélgica, Oeste da Alemanha e no Norte da Escócia (Stahl & Artois 1991, Stahl & Leger 1993).
O gato-bravo apresenta uma distribuição geográfica ampla e fragmentada, que abrange a Europa, Ásia e África. Na Europa Ocidental, a subespécie Felis silvestris silvestris ocorre na Península Ibérica, Nordeste de França, Luxemburgo, Sul da Bélgica, Oeste da Alemanha e no Norte da Escócia (Stahl & Artois 1991, Stahl & Leger 1993).
Em Portugal, a distribuição parece generalizada com possíveis ausências na faixa litoral do Norte e Centro e no Algarve litoral (Pinto & Fernandes 2001).
População
A tendência da espécie à escala nacional em Espanha é considerada como desconhecida pela maioria dos autores (Blanco 1998a, Palomo & Gisbert 2002, Lozano et al. 2003, J Lozano, com pess.). R García-Perea (com pess.) considera que existe uma regressão importante para a espécie mas Lozano et al. (2003) afirmam que alguns caçadores, pastores e naturalistas sugerem que a sua abundância tem aumentado nas últimas duas décadas.
Foram registadas regressões populacionais locais (Gerês, S. Mamede, Alcácer-Torrão, Guadiana) indicadas a partir de inquéritos directos realizados em 1995-1996 (dados ICN, Programa Liberne). Sarmento & Cruz (2000) referem que, em 1997, a espécie terá sofrido um declínio na área da Reserva Natural da Serra da Malcata. Santos-Reis et al. (2003) referem uma distribuição regional do gato-bravo restringida ao vale do rio Guadiana e prevêem impacto significativo na população local pela implantação da Barragem do Alqueva.
Habitat
Ocupa habitats florestais, tais como matagais mediterrânicos, florestas e bosques caducifólios ou mistos e, marginalmente, florestas de coníferas, podendo também ser encontrado em habitats abertos (Fernandes 1991, Kitchener 1991, Abreu 1993). As áreas ocupadas pela espécie caracterizam-se também por uma baixa densidade humana, sendo evitadas áreas de agricultura intensiva (Easterbee et al. 1991, Fernandes 1991). As zonas rochosas parecem ser um micro-habitat preferido.
No Parque Natural de Montesinho, estudos de selecção de habitat indicam que o bosque é a categoria de vegetação preferida, sendo os prados o principal local de caça e o souto explorado como abrigo, destacando o carácter antropófobo da espécie (Fernandes 1991); na Reserva Natural da Serra da Malcata, Abreu (1993) refere a utilização, durante os períodos de actividade, de habitats de vegetação fechada, como mato com ou sem estrato arbóreo, carvalhal e plantação de pinheiro com mato desenvolvido, ocorrendo também zonas abertas, como pastos entremeados com matos e matos com estrato arbóreo; os locais de repouso situam-se em carvalhal, em plantações de Pseudotessuga sp. com mato; Sarmento & Cruz (1998) referem a preferência da espécie por bosques de carvalho-negral, giestais, urzais, estevais, medronhais e terrenos agrícolas.
Factores de Ameaça
As principais ameaças ao gato-bravo são: a mortalidade não natural causada por atropelamento e abate ilegal; a hibridação com o gato doméstico e a destruição de habitat favorável. Actividades que potenciam a mortalidade ilegal são: o controle de predadores, o uso ilegal de armadilhas e veneno, e a caça em batida e salto com auxílio de cães. O aumento da extensão de estradas e do tráfego aumentaram a probabilidade de morte por atropelamento.
A hibridação é uma ameaça potencial para o gato-bravo como distinta entidade genética e tanto mais provável quanto a artificialização do meio permitir o aumento de populações de gatos ferais. Um estudo genético permitiu detectar a presença em Portugal de um híbrido na Natureza (Pierpaoli et al. 2003). No entanto, a extensão desta ameaça é desconhecida e pode variar regionalmente dependendo de vários factores históricos.
A destruição dos habitats e o aumento da perturbação humana em áreas favoráveis à sua presença estão relacionados com mudanças no uso do solo, nomeadamente com várias actividades florestais (tais como, a plantação de resinosas e cortes sistemáticos de matos), com a implementação de infra-estruturas como estradas e barragens e com a ocorrência de fogos extensivos.
O declínio acentuado das populações de coelho-bravo Oryctolagus cuniculus, por acção combinada de epizootias, poderá ter afectado as populações de gato-bravo.
Medidas de Conservação
A protecção estrita da espécie e a redução da mortalidade poderá ser efectivada através de uma maior fiscalização da actividade cinegética, avaliação do impacto de novos grandes empreendimentos e a construção de passagens viárias adequadas para a fauna.
A protecção estrita da espécie e a redução da mortalidade poderá ser efectivada através de uma maior fiscalização da actividade cinegética, avaliação do impacto de novos grandes empreendimentos e a construção de passagens viárias adequadas para a fauna.
Também a conservação do matagal mediterrânico e de habitats florestais é essencial para a manutenção de habitat favorável.
Acções de sensibilização relativas à espécie e ao problema dos gatos ferais seriam um contributo para a mudança de atitude individual face aos predadores.
O controlo de gatos ferais com campanhas de esterilização, sensibilização e abate seria uma acção específica de conservação para a problemática da hibridação.
A nível regional e nacional, é ainda necessário um conhecimento mais detalhado da situação da espécie.
Algumas destas medidas estão incluídas no "Plano Nacional para a Conservação do Lince-ibérico" cuja implementação beneficia indirectamente o gato-bravo.
Notas
Saint-Girons (1973), Ragni & Randi (1986) e Stahl & Leger (1993) consideram o gato-bravo europeu como uma subespécie. Ragni & Randi (1986) descrevem uma espécie politípica que compreende o gato-bravo europeu (Felis silvestris silvestris), o gato africano (Felis silvestris lybica) e o gato doméstico Felis silvestris catus. Em concordância, Nowel & Jackson (1996) referem-se ao gato-bravo europeu como grupo silvestris, dentro da espécie Felis silvestris.
Saint-Girons (1973), Ragni & Randi (1986) e Stahl & Leger (1993) consideram o gato-bravo europeu como uma subespécie. Ragni & Randi (1986) descrevem uma espécie politípica que compreende o gato-bravo europeu (Felis silvestris silvestris), o gato africano (Felis silvestris lybica) e o gato doméstico Felis silvestris catus. Em concordância, Nowel & Jackson (1996) referem-se ao gato-bravo europeu como grupo silvestris, dentro da espécie Felis silvestris.
in Livro Vermelho dos Vertebrados
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