Finalmente, acabamos a nossa “aula de história” e vamos falar sobre os processadores mais modernos. Note que as tecnologias que discutimos até aqui, como a multiplicação de clock, modo real e modo protegido, coprocessador aritmético, RISC, CISC, cache, entre outras, continuam sendo utilizadas.
Nos últimos 22 anos, o desempenho dos processadores aumentou em quase 50.000 vezes, muito mais do que qualquer outro componente. A memória RAM, na melhor das hipóteses, tornou-se 30 vezes mais rápida neste período. Comparadas com as placas mãe que tínhamos no XT, as placas mãe actuais trabalham numa frequência quase 30 vezes maior (4.7 contra 133 MHz). Apenas os discos rígidos conseguiram de certa forma acompanhar os processadores, pois a capacidade de armazenamento aumentou em 20 ou 30 mil vezes, se comparado aos discos de 5 MB encontrados no início dos anos 80.
Os modems saltaram de 300 bips para 56 Kbips, chegando ao limite extremo do suportado pelo sistema telefónico comutado e o ADSL tornou realidade o velho sonho do acesso rápido e ininterrupto, com taxas de transferências de até 2 megabits através de fios telefónicos comuns.
Mesmo as placas gráficas, placas de som e monitores passaram por uma evolução brutal. Que tal comparar um monitor GCA mono com um de LCD actual?
Isso tudo é natural, já que de nada adiantaria criar processadores mais rápidos se o restante do equipamento não acompanhasse. Apesar dos processadores terem evoluído muito mais do que o restante do conjunto, o uso do cache e de outros truques serve para atenuar as diferenças.
Uma diferença notável entre os processadores que vimos até aqui e os que se seguiram, é a grande variedade de encaixes e de padrões de placas mãe. Praticamente todos os processadores anteriores, incluindo o Pentium MMX, K5, K6, K6-2, 6x86MX, 6x86MII e IDT C6 podiam ser usados na maioria das placas mãe socket 7 modernas. Isto facilitava muito a escolha já que não era preciso preocupar-se tanto em saber se a placa mãe seria ou não compatível com o processador; naquela época tínhamos compatibilidade com quase todos.
Mas, depois este problema tornou-se cada vez mais evidente. Cada nova família de processadores exigia novas placas mãe e muitas vezes existia incompatibilidade até mesmo dentro da mesma família de processadores. Veja o caso do Athlon por exemplo: os modelos mais antigos vinham no formato slot A enquanto os seguintes utilizam o formato socket A, sem que exista sequer um adaptador que permita aproveitar as placas antigas.
Ao contrário do que tínhamos à dois ou três anos atrás, quase sempre ao fazer um upgrade de processador será preciso trocar também a placa mãe e, em muitos casos, também a memória RAM. Tudo bem que as placas mãe estão cada vez mais baratas, mas nestas condições, na maioria das vezes acaba compensando mais vender todo o computador e montar outro, ao invés de fazer o upgrade.
in Manual de Hardware Completo
de Carlos E Marimoto
Sem comentários:
Enviar um comentário