Taxonomia
Aves, Passeriformes, Sylviidae.
Tipo de ocorrência
Estival nidificante.
Classificação
QUASE AMEAÇADO . NT* (D2)
Fundamentação: Espécie associada a caniçais de média ou de grande extensão, pouco representados em Portugal, que pode apresentar uma área de ocupação muito restrita.
Na adaptação à escala regional, desceu uma categoria, por se admitir que a população em Portugal poderá ser alvo de imigração significativa das regiões vizinhas e por não ser de esperar que essa imigração possa vir a diminuir.
Distribuição
Como nidificante, distribui-se por quase toda a Europa, à excepção das zonas mais setentrionais; encontra-se também no Norte de África e nalguns sectores ocidentais da Ásia (Cramp 1992). Inverna na África subsariana.
Em Portugal, encontra-se ao longo de toda a franja litoral, penetrando para o interior no Ribatejo e no Alto Alentejo e, pontualmente, noutras regiões também. A área efectivamente ocupada por esta espécie, quase exclusivamente ligada a caniçais de média ou de grande extensão, é extremamente restrita.
População
A população nacional foi estimada como sendo superior a 2.500 indivíduos. Durante a realização dos trabalhos do Novo Atlas, encontrou-se em 112 quadrículas de 10x10 km (ICN, dados não publicados). Parece razoável admitir que existirão, em média, pelo menos 25 indivíduos maturos por quadrícula. Na Lagoa de Santo André encontraram-se entre 4,7 e 8,3 casais por hectare, em diversos tipos de caniçal, e até 7,3 casais por km de margem (note-se que as densidades reais são mais baixas, pois não se contabilizou a área sem vegetação palustre utilizada por estas aves (Catry 1997)); a população total dessa área em 1992 foi estimada em 82 casais (Catry 1993). No estuário do Tejo, verificaram-se densidades variando entre 6,1 e 19,9 casais/10 ha em dois tipos de caniçais (Leitão et al. 1998).
Não existem dados concretos que indiquem um decréscimo populacional desta espécie. No entanto, tem havido, ao longo das últimas décadas, uma tendência para a redução da extensão do habitat, com uma progressiva degradação e fragmentação das áreas de caniçal mais vastas. É pois de admitir que a população de rouxinol-dos-caniços tenha vindo a sofrer um decréscimo pouco acentuado.
Em termos de estatuto de ameaça a nível da Europa, a espécie é considerada Não Ameaçada (BirdLife International 2004).
Esta ave em Espanha está classificada como Pouco Preocupante (LC) (Madroño et al. 2004) e não estão documentadas regressões populacionais para esse país (Gainzarain 2003), o que leva a admitir um risco de extinção em Portugal mais reduzido, tendo-se descido uma categoria na adaptação regional.
Habitat
Habita quase exclusivamente caniçais Phragmites australis de extensão média ou grande, sendo geralmente escasso ou ausente em manchas de caniço muito pequenas ou noutros povoamentos de vegetação palustre (e.g. Catry 1997).
Factores de Ameaça
A drenagem ou degradação das zonas húmidas em geral, e dos caniçais em particular, constituem a principal ameaça conhecida para esta espécie em Portugal. A perda de caniçais devido à sucessão natural e ao assoreamento também são factores a considerar.
Como todos os migradores estivais, o rouxinol-dos-caniços poderá também sofrer com alterações nos habitats de invernada em África, nomeadamente decorrentes de alterações climáticas.
Medidas de Conservação
A conservação e gestão activa dos caniçais é fundamental para esta espécie. Embora grande parte do habitat, a nível nacional, se encontre em zonas húmidas com algum estatuto de protecção, a verdade é que praticamente não têm tido lugar acções que visem a manutenção dos caniçais (por exemplo, controle do pastoreio e da sucessão natural, investigação que esclareça as causa da degradação dos caniçais, gestão adequada dos níveis de água, etc.).
Notas
Em Portugal ocorrem também aves em migração de passagem, em números francamente mais expressivos do que os da população reprodutora (Catry et al. 2004).
Aves, Passeriformes, Sylviidae.
Tipo de ocorrência
Estival nidificante.
Classificação
QUASE AMEAÇADO . NT* (D2)
Fundamentação: Espécie associada a caniçais de média ou de grande extensão, pouco representados em Portugal, que pode apresentar uma área de ocupação muito restrita.
Na adaptação à escala regional, desceu uma categoria, por se admitir que a população em Portugal poderá ser alvo de imigração significativa das regiões vizinhas e por não ser de esperar que essa imigração possa vir a diminuir.
Distribuição
Como nidificante, distribui-se por quase toda a Europa, à excepção das zonas mais setentrionais; encontra-se também no Norte de África e nalguns sectores ocidentais da Ásia (Cramp 1992). Inverna na África subsariana.
Em Portugal, encontra-se ao longo de toda a franja litoral, penetrando para o interior no Ribatejo e no Alto Alentejo e, pontualmente, noutras regiões também. A área efectivamente ocupada por esta espécie, quase exclusivamente ligada a caniçais de média ou de grande extensão, é extremamente restrita.
População
A população nacional foi estimada como sendo superior a 2.500 indivíduos. Durante a realização dos trabalhos do Novo Atlas, encontrou-se em 112 quadrículas de 10x10 km (ICN, dados não publicados). Parece razoável admitir que existirão, em média, pelo menos 25 indivíduos maturos por quadrícula. Na Lagoa de Santo André encontraram-se entre 4,7 e 8,3 casais por hectare, em diversos tipos de caniçal, e até 7,3 casais por km de margem (note-se que as densidades reais são mais baixas, pois não se contabilizou a área sem vegetação palustre utilizada por estas aves (Catry 1997)); a população total dessa área em 1992 foi estimada em 82 casais (Catry 1993). No estuário do Tejo, verificaram-se densidades variando entre 6,1 e 19,9 casais/10 ha em dois tipos de caniçais (Leitão et al. 1998).
Não existem dados concretos que indiquem um decréscimo populacional desta espécie. No entanto, tem havido, ao longo das últimas décadas, uma tendência para a redução da extensão do habitat, com uma progressiva degradação e fragmentação das áreas de caniçal mais vastas. É pois de admitir que a população de rouxinol-dos-caniços tenha vindo a sofrer um decréscimo pouco acentuado.
Em termos de estatuto de ameaça a nível da Europa, a espécie é considerada Não Ameaçada (BirdLife International 2004).
Esta ave em Espanha está classificada como Pouco Preocupante (LC) (Madroño et al. 2004) e não estão documentadas regressões populacionais para esse país (Gainzarain 2003), o que leva a admitir um risco de extinção em Portugal mais reduzido, tendo-se descido uma categoria na adaptação regional.
Habitat
Habita quase exclusivamente caniçais Phragmites australis de extensão média ou grande, sendo geralmente escasso ou ausente em manchas de caniço muito pequenas ou noutros povoamentos de vegetação palustre (e.g. Catry 1997).
Factores de Ameaça
A drenagem ou degradação das zonas húmidas em geral, e dos caniçais em particular, constituem a principal ameaça conhecida para esta espécie em Portugal. A perda de caniçais devido à sucessão natural e ao assoreamento também são factores a considerar.
Como todos os migradores estivais, o rouxinol-dos-caniços poderá também sofrer com alterações nos habitats de invernada em África, nomeadamente decorrentes de alterações climáticas.
Medidas de Conservação
A conservação e gestão activa dos caniçais é fundamental para esta espécie. Embora grande parte do habitat, a nível nacional, se encontre em zonas húmidas com algum estatuto de protecção, a verdade é que praticamente não têm tido lugar acções que visem a manutenção dos caniçais (por exemplo, controle do pastoreio e da sucessão natural, investigação que esclareça as causa da degradação dos caniçais, gestão adequada dos níveis de água, etc.).
Notas
Em Portugal ocorrem também aves em migração de passagem, em números francamente mais expressivos do que os da população reprodutora (Catry et al. 2004).
in Livro Vermelho dos Vertebrados
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