Taxonomia
Aves, Ciconiiformes, Ardeidae.
Aves, Ciconiiformes, Ardeidae.
Tipo de ocorrência
Estival nidificante.
Estival nidificante.
Classificação
EM PERIGO - EN (C2a(ii))
Fundamentação: Espécie com população reduzida (que pode ser inferior a 1.000 indivíduos maturos), que tem vindo a diminuir e em que todos os indivíduos estão concentrados numa única subpopulação.
EM PERIGO - EN (C2a(ii))
Fundamentação: Espécie com população reduzida (que pode ser inferior a 1.000 indivíduos maturos), que tem vindo a diminuir e em que todos os indivíduos estão concentrados numa única subpopulação.
Distribuição
Esta espécie distribui-se pelo Paleártico Ocidental estando limitada a Norte pela Holanda e Polónia a sul pelo Irão, Casaquistão, Balcãs e África subsariana.
Esta espécie distribui-se pelo Paleártico Ocidental estando limitada a Norte pela Holanda e Polónia a sul pelo Irão, Casaquistão, Balcãs e África subsariana.
Menos de um quarto da população encontra-se na Europa. Ocasionalmente, também pode encontrar-se nos Açores, Ilhas Féroe, Finlândia, Ilhas Canárias, Madeira, Noruega, Reino Unido, República da Irlanda e Suécia (Cramp & Simmons 1977).
A população europeia migra para a África subsariana, embora muitas aves invernem no Sul da Europa e Arábia (Cramp & Simmons 1977).
Em Portugal, como nidificante distribui-se amplamente ao longo do litoral português, onde está presente de Março a Setembro, nidificando em zonas húmidas ou nas suas imediações.
População
Censos nacionais anuais, realizados a partir de 1998 (Encarnação V dados não publicados), indicam que a população está compreendida entre 270 e 600 casais.
Censos nacionais anuais, realizados a partir de 1998 (Encarnação V dados não publicados), indicam que a população está compreendida entre 270 e 600 casais.
Registou-se um ligeiro incremento nos últimos 10 anos, sobretudo na zona centro do País, onde se concentram as maiores e melhores áreas de habitat favorável para esta espécie. Contudo, deve ser tido em conta que este aparente incremento pode ser apenas resultado de uma melhor monitorização. Nos últimos dois anos esta tendência populacional positiva alterou-se em alguns locais, tendo-se verificado um acentuado decréscimo nas colónias mais importantes, nomeadamente no Estuário do Tejo, onde de uma situação com efectivos entre 294-299 casais em 1999, se passou para 52 a 59 casais em 2001 (S Coelho, com. pess.).
Em termos de estatuto de ameaça a nível da Europa, a espécie é considerada Em Declínio, embora ainda provisoriamente, apresentando um declínio continuado moderado (BirdLife International 2004).
Habitat
Associada a zonas húmidas com áreas de vegetação densa de caniçais Phragmites australis. Frequenta estuários, rias, lagoas costeiras, valas, açudes, barragens e pequenos canais e diques que pertencem aos sistemas de irrigação dos arrozais. Prefere águas eutróficas pouco profundas, paradas ou com pouca corrente, de substrato arenoso, sedimentar, lodoso ou com vegetação, e ausente de rochas ou outro tipo de obstáculos.
Factores de Ameaça
Entre os factores de ameaça a esta espécie destaca-se a drenagem e destruição de caniçais para aproveitamento agrícola e pecuário e a má gestão dos recursos hídricos. Com efeito, tratando-se de uma ave extremamente sensível a alterações do nível da água, pode ser negativamente afectada por intervenções hidráulicas associadas a alterações dos níveis de água, com origem na gestão de açudes e barragens. Também alterações do uso do solo nas áreas circundantes às colónias que são utilizadas como locais de alimentação, nomeadamente o abandono da cultura de arroz ou conversão para a cultura de sequeiro ameaçam a conservação desta espécie. O corte e queima dos caniçais também prejudicam esta espécie, dado que o caniço é utilizado para a construção do ninho. É uma espécie extremamente sensível a qualquer tipo de perturbação nas áreas de nidificação, sendo negativamente afectada pelas acções de perturbação associadas ao turismo, caça e pesca. Esta espécie sofre ainda os efeitos de caça ilegal, sobretudo na Ria de Aveiro. Dada a sua grande dependência do meio aquático, é muito afectada pela poluição da água, por efluentes domésticos, industriais e agrícolas e ainda pela utilização de adubos, pesticidas e herbicidas nas zonas de alimentação, contaminando os recursos alimentares.
Medidas de Conservação
A conservação desta espécie requer a manutenção e incremento das áreas de habitat de suporte potencial para nidificação da espécie, nomeadamente de manchas de caniço, bem como das condições nos habitats de alimentação, assegurando a existência de zonas ricas em peixe e anfíbios. É uma espécie que beneficiará largamente da melhoria da eficácia do controlo e tratamento das descargas de efluentes. Carece também de medidas que visem reduzir a perturbação nos locais de nidificação e de um reforço na vigilância à caça ilegal. A criação e implementação de Planos de Ordenamento para áreas ecologicamente sensíveis onde a espécie ocorre e que integrassem estas orientações, asseguraria a sua conservação à escala nacional.
A monitorização dos efectivos nidificantes é fundamental.
A informação e sensibilização das populações em geral e das entidades responsáveis para a conservação da espécie, foi também identificada como tendo um papel importante na preservação desta ave.
in Livro Vermelho dos Vertebrados
Sem comentários:
Enviar um comentário