terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Martes martes, Marta

Taxonomia
Mammalia, Carnivora, Mustelidae.

Tipo de ocorrência
Residente.
 
Classificação
INFORMAÇÃO INSUFICIENTE - DD
Fundamentação: Não existe informação adequada para avaliar o risco de extinção nomeadamente quanto ao tamanho e declínio da população.

Distribuição
A marta ocorre na Ásia Menor, Irão, Norte da Sibéria e na maior parte do continente europeu (Labrid 1986). Na Península Ibérica apresenta uma distribuição descontínua, limitada à faixa mais setentrional e às ilhas Baleares ocupando, em Portugal, o Norte e Centro Este (Santos-Reis 1983, López-Martin 2002, Matos & Santos-Reis 2003). Esta representa o limite sudoeste da distribuição da espécie na Europa.

População
Não se conhece o tamanho populacional desta espécie no território nacional. No entanto, considerando a sua extensão de ocorrência e a densidade populacional referida por Ruiz-Olmo & López-Martin (2001) para a Galiza - 0,5 indivíduos/km2 - admite-se que, no máximo, a espécie tenha 2.500 indivíduos maduros.

A tendência populacional é desconhecida. Localmente a espécie poderá estar a declinar (F Álvares, com. pess.); no entanto, verificam-se factores que à escala global poderão ter um impacto positivo na espécie (p.ex. expansão do esquilo Sciurus vulgaris e aumento da mancha florestal autóctone). A ocorrer uma redução populacional, ela será inferior a 30%.

Habitat
A marta é uma espécie tipicamente florestal, que ocupa florestas de coníferas e bosques mistos maturos pois estes são diversificados em termos de roedores e conferem elevadas possibilidades de abrigo (Labrid 1986). As martas evitam áreas abertas, contudo dados relativos à Grã-Bretanha demonstram que a espécie não é estritamente dependente da floresta e tira partido da sua aptidão para explorar habitats rochosos (Birks 2002).

Em Espanha, um estudo revelou que a marta ocupa sobretudo áreas de altitudes entre os 1.600 e 2.200 m, bosques em encostas orientadas a norte e quase exclusivamente maduros ou de médio porte em que a cobertura das copas ultrapassa os 56% (Ruiz-Olmo & López-Martin 2001).

Factores de Ameaça

A fragmentação do habitat e as plantações extensivas de florestas de produção constituem os principais factores de ameaça para esta espécie por reduzirem o abrigo e o alimento disponível. As zonas de corte e florestação podem ainda ser um sumidouro para jovens dispersantes (Brainerd 1990). As martas são igualmente susceptíveis a outras perturbações de origem antropogénica, tais como a construção de infra-estruturas e urbanização.

Medidas de Conservação
A conservação da espécie beneficiará de todas as medidas que favoreçam o seu habitat, nomeadamente estratégias de renovação da floresta utilizando espécies florestais autóctones e uma gestão adequada dos povoamentos adultos (e.g. limpeza de matos para evitar o risco de incêndio).

É importante prosseguir o esforço de actualização do conhecimento sobre a distribuição e abundância da espécie, com ênfase na detecção de eventuais descontinuidades.
 in Livro Vermelho dos Vertebrados

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