Cinco conclusões fundamentais se apresentam. Em Portugal, desde as primeiras experiências com o método até à submissão das diferentes associações de escuteiros à tutela da organização estatal de enquadramento infantil e juvenil (a Mocidade Portuguesa), a fraqueza ou força das associações referenciadas dependeu da base de apoio social das suas elites dirigentes, bem como das relações pessoais destas com o poder governamental instituído. Perfilou-se uma lenta mas crescente adesão ao Escutismo, não apenas nos núcleos urbanos, como seria expectável, mas também em espaço rural.
Registou-se alguma reticência social à natureza das experiências escutistas femininas, que sobreviveram poucos anos. Destacou-se o papel da imprensa periódica no acto de propaganda do escutismo, bem como na difusão de uma ortodoxia de práticas associativas à escala de todo o território. Por fim, aquando da emergência de organizações de juventude totalizantes, registou-se o encerramento, o esvaziamento de poderes e o enfraquecimento das diferentes associações, a par da captação de diversos dirigentes escuteiros para as fileiras da Mocidade Portuguesa e da Acção Católica.
in LUSITÂNIA SACRA XVI
A INTRODUÇÃO DO ESCUTISMO EM PORTUGAL
de ANA CLÁUDIA S. D. VICENTE
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