Do ponto de vista da tecnologia de produção a Intel está agora um passo à frente da AMD. Tanto o Tualatin, quanto o Northwood já utilizam uma tecnologia de 0.13 mícron, enquanto o Morgan e o Palomino da AMD ainda utilizam uma arquitectura de 0.18 mícron. Isto representa uma diferença muito grande tanto em termos de consumo eléctrico, quanto em termos das frequências de operação que os processadores serão capazes de alcançar. A AMD só deve lançar seus processadores de 0.13 mícron em 2002.
O core Tualatin originalmente seria usado para produzir processadores Pentium III de 1.13 GHz em diante. De facto, chegaram a ser lançados Pentium III de 0.13 mícron, operando a 1.13 e 1.20 GHz. Mas, a Intel não parece muito interessada em manter estes processadores, talvez temendo que eles pudessem atrapalhar as vendas do Pentium 4.
No final das contas, acabaram usando o core Tualatin para desenvolver versões mais rápidas do Celeron, com os mesmos 256 KB de cache do Pentium III, apenas com a diferença de usar bus de 100 MHz ao invés de 133. Em compensação, o novo Celeron inclui um recurso novo, chamado de Data Prefetch Logic, capaz de melhorar em cerca de 5% o desempenho do processador.
Graças às frequências de operação mais altas e ao cache maior, os novos Celerons são bem mais rápidos que os antigos. O novo Celeron finalmente tem condições de competir em pé de igualdade com o Duron, apesar de ainda ser mais caro que ele.
Mas, em compensação, algumas mudanças na sinalização do processador tornaram os Tualatin incompatíveis com as placas mãe antigas. Na época do lançamento, os Tualatins eram suportados apenas pelas placas com chipsets i815 stepping B, i810 stepping B2, VIA Apollo Pro133T, VIA Apollo Pro266T e ALi Aladdin Pro 5T.
Os boatos sobre o Tualatin ser compatível com as antigas placas mãe baseadas no i440BX revelaram-se infundados, pois além da tensão mais baixa, os novos processadores utilizam um novo barramento (o AGTL) em contraste com o bus GTL+ utilizado pelos processadores Pentium II, Pentium III e Celeron antigos. Apenas estes chipsets, juntamente com novos modelos que venham a ser lançado daqui pra frente são compatíveis com o novo barramento, o que elimina a possibilidade de actualizar placas antigas.
Outro incomodo é que as placas destinadas ao Tualatin não são mais compatíveis com os antigos Celerons PPGA (de 366 à 533 MHz), que já utilizavam o socket 370, mas ainda utilizavam uma arquitectura antiga e tensão de 2.0 volts, novamente por causa da diferença na sinalização.
Entretanto, existe compatibilidade total com todos os Pentium III e Celeron com core Coppermine. O maior problema com o Celeron Tualatin na nossa opinião é a falta de opções de upgrade. Ao comprar uma placa socket 370 e um Tualatin, a sua única opção será adquirir posteriormente uma versão mais rápida do Celeron. Comprando um Pentium 4 Northwood e uma placa socket 478 pode pelo menos ter a possibilidade de posteriormente usar um Pentium 4 de 3.0 GHz ou mais, aproveitando a placa.
Celeron Tualatin |
Note que a Intel não faz segredo de que a sua prioridade é popularizar a arquitectura do Pentium 4. Existem até mesmo especulações sobre o futuro lançamento de uma nova “versão Celeron” do Pentium 4, que nada mais será do que um Pentium 4 actual com nome diferente.
A Intel pretende logo vender apenas processadores Pentium 4 de 0.13 mícron, com 512 KB de cache e bus de 133 MHz (com 4 transferências por ciclo, 533 MHz na prática). Os Pentium 4 de 0.18 mícron actuais continuarão sendo produzidos, já no novo formato, para placas socket 478, mas com as mesmas características, incluindo os 256 KB de cache, bus de 100 MHz, etc.
Para diferenciar claramente os dois modelos, a Intel utilizará o nome do bom e velho Celeron nas versões produzidas na arquitectura antiga.
Haverá então uma nova ramificação na linha de processadores. O Celeron será lançado em versões de até 1.8 GHz mas não deve passar dos 2.0 ou 2.2 GHz num futuro próximo. O Pentium 4 por sua vez, continuará atingindo frequências cada vez mais altas, graças à nova arquitectura.
O último roadmap da Intel fala ainda de um Celeron de 1.5 GHz, que provavelmente será baseado no core Tualatin. Apesar de tudo, não espere que a Intel mantenha a produção dos processadores baseados na arquitectura do Pentium III durante muito tempo, claramente as energias estão voltadas unicamente para o Pentium 4.
in Manual de Hardware Completo
de Carlos E Marimoto
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