Taxonomia
Mammalia, Rodentia, Muridae (Arvicolinae).
Mammalia, Rodentia, Muridae (Arvicolinae).
Tipo de ocorrência
Residente. Endémica da Península Ibérica.
Classificação
VULNERÁVEL - VU (B2ab(ii,iii,iv,v))
Fundamentação: A espécie apresenta uma área de ocupação reduzida (menos de 2.000 km2) e admite-se fragmentação elevada e declínio continuado da área de ocupação, da área, extensão e qualidade do habitat, do número de subpopulações e de indivíduos maduros.
Distribuição
Ocorre na Península Ibérica, com uma distribuição fragmentada. Em Espanha, os principais núcleos localizam-se nos maciços pré-pirenaicos, no Maciço Central, no Sistema Ibérico Meridional, nas Serras Béticas e algumas áreas das províncias de Zamora (San Miguel 1992, Ventura et al. 1998, Fernandez-Salvador 2002). Em Portugal, ocorre em Trás-os-Montes (Douro Internacional), na Beira Interior, no Ribatejo, na Estremadura, no Alto Alentejo e no Sudoeste Alentejano e Algarvio (Mira et al. 2003).
População
Os dados populacionais disponíveis para Portugal referem-se a capturas ocasionais (Pita & Mira 2002), que não permitem estimar o tamanho da população. No entanto, estes dados indiciam uma estrutura metapopulacional, em que cada subpopulação ocupa um fragmento de habitat favorável.
Não há dados sobre a capacidade de dispersão, pelo que não é possível avaliar o seu grau de isolamento.
Em cada subpopulação, os indivíduos estão organizados em colónias constituídas, aparentemente, por um casal monogâmico, subadultos e crias (Ventura et al. 1998).
Habitat
As colónias do rato de Cabrera ocorrem em formações de gramíneas perenes, juncais, comunidades nitrófilas, margens de ribeiras temporárias, solos alagados e, embora mais ocasionalmente, junto das orlas de ribeiras permanentes (Fernández-Salvador 1998).
As colónias do rato de Cabrera ocorrem em formações de gramíneas perenes, juncais, comunidades nitrófilas, margens de ribeiras temporárias, solos alagados e, embora mais ocasionalmente, junto das orlas de ribeiras permanentes (Fernández-Salvador 1998).
Nos climas mediterrânicos sub-húmidos e subestepários, utiliza zonas com menor produtividade como terrenos de gramíneas altas mas secas, por vezes associadas a diversos tipos de carvalhos como Quercus rotundifolia, Q. faginea, Q. ilex e, por vezes, Q. pyrenaica (San Miguel 1992).
Factores de Ameaça
Frequentemente, as áreas favoráveis à ocorrência da espécie coincidem com áreas adequadas para a agricultura e pastorícia. Assim, a destruição e fragmentação do habitat por pastoreio excessivo, a queima de pousios e juncais para a criação de pastagens, as alterações do uso do solo por reconversão em regadio ou florestação, a drenagem de zonas húmidas têm sido considerados os principais factores de ameaça (San Miguel 1992, Landete-Castillejos et al. 2000, Fernández-Salvador 2002). A construção de estradas e a limpeza de galerias ripícolas também tem levado ao desaparecimento de algumas colónias (Fernández-Salvador 2002).
A competição com o rato-de-água Arvicola sapidus poderá impedir a ocupação e estabelecimento do rato de Cabrera em algumas áreas (Pita et al. 2003).
Medidas de Conservação
É necessário obter a informação sobre a capacidade de dispersão da espécie com vista a avaliar o grau de isolamento das colónias e, consequentemente a sua vulnerabilidade à extinção local.
Recomenda-se a elaboração e implementação de um "Plano de Acção para a Conservação do rato de Cabrera", a nível nacional, que compreenda a protecção legal das principais colónias conhecidas e a gestão do habitat das mesmas. A realização de acções de sensibilização e divulgação que visem dar a conhecer a espécie e as principais ameaças a que está sujeita constituem igualmente medidas de conservação relevantes.
in Livro Vermelho dos Vertebrados
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