Continente: Estival nidificante.
Classificação
Continente: VULNERÁVEL. VU (D1+2)
Fundamentação: Espécie com população reduzida (inferior a 1.000 indivíduos maturos); está concentrada numa única localização, apresentando uma área de ocupação muito restrita (inferior a 20 km2).
Distribuição
A subespécie nominal Calonectris diomedea diomedea ocorre praticamente em todo o Mediterrâneo, a subespécie C.d.borealis ocorre apenas no Atlântico (Portugal Continental, Madeira, Açores e Canárias) e a subespécie C.d. edwardsii (considerada como um espécie distinta por alguns autores) ocorre isolada no arquipélago de Cabo Verde (Cramp & Simmons 1977).
Em Portugal Continental nidifica apenas no arquipélago das Berlengas.
Nos Açores nidifica praticamente em todas as ilhas principais e em grande parte dos ilhéus. Nidifica também na Madeira, nas ilhas Desertas e nas Selvagens, esta última constituindo a maior colónia de nidificação desta espécie.
População
Nas Berlengas, a população foi estimada em cerca de 1.000 indivíduos (Granadeiro 1991, NM Lecoq, com. pess.).
No arquipélago dos Açores, um censo de cagarros realizado em 1996 contabilizou um total de cerca de 403.920 (Monteiro LR, Feio RS, Pereira JC, Monteiro PR, Ramos JA, Tavares A, Wilson L, Hewitson L, Neves VC & Furness RW dados não publicados).
Na ilha da Madeira, a população foi estimada entre 2.200 e 3.800 indivíduos (Geraldes 2000). Considera-se que as populações desta espécie se encontram estáveis. Apresentam fragmentação elevada, dado o elevado grau de isolamento que apresentam.
Em termos de estatuto de ameaça a nível da Europa, a espécie é considerada Vulnerável, embora ainda provisoriamente (BirdLife International 2004).
Habitat
Nidifica em ilhas e pequenos ilhotes, ocupando igualmente áreas costeiras nos Açores e Madeira, nesses casos em zonas geralmente escarpadas ou de difícil acesso. Os ninhos localizam-se em cavidades naturais no solo e fendas nas rochas, sendo muito raros os ninhos expostos. Possui hábitos pelágicos, encontrando-se em terra apenas durante o período nocturno, excepto nas Selvagens, onde as aves começam a chegar a terra ao entardecer.
Factores de Ameaça
As ameaças a esta espécie incluem a perseguição de juvenis para utilização como isco, embora esta prática seja provavelmente localizada e actualmente quase residual. Algumas áreas de nidificação sofrem actualmente elevada pressão turística e em certas zonas as condições do terreno estão degradadas, designadamente devido à erosão. À semelhança da maior parte das aves nidificantes em ilhas, esta espécie é muito sensível à introdução de predadores, nomeadamente de gatos ou mustelídeos. A presença de rato-preto não parece influenciar significativamente o sucesso reprodutor desta espécie (Granadeiro 1991).
Medidas de Conservação
As principais zonas de nidificação encontram-se no interior de áreas protegidas ou de Zonas de Protecção Especial e têm sido alvo de gestão activa. Esta espécie tem sido alvo de diversos trabalhos de seguimento e de investigação e projectos de sensibilização, alguns dos quais financiados através do Programa LIFE Natureza (Projecto LIFE .Conservação das comunidades e habitats de aves marinhas dos Açores. e Projecto LIFE .Gestão integrada de zonas costeiras e marinhas dos Açores.) colocando-a como uma das aves marinhas mais bens conhecidas do país, do ponto de vista da sua biologia e tendências populacionais.
in Livro Vermelho dos Vertebrados
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