Taxonomia
Aves, Charadriiformes, Scolopacidae.
Aves, Charadriiformes, Scolopacidae.
Tipo de ocorrência
Nidificante, que se desconhece se é residente ou migradora, e invernante.
Classificação
População nidificante: VULNERÁVEL . VU (D)
Fundamentação: População reduzida (admitindo-se que seja inferior a 1.000 indivíduos maturos).
População invernante: VULNERÁVEL . VU* (D)
Fundamentação: População muito reduzida (admitindo-se que seja inferior a 250 indivíduos maturos). No entanto, por ser um taxon visitante não reprodutor cujas condições não se estão a deteriorar nem fora nem no interior da região, o que leva a admitir um risco de extinção mais reduzido em Portugal, desceu uma categoria na adaptação à escala regional.
Distribuição
Nidifica na Europa, abrangendo a Ásia Central até ao Japão. Durante o Inverno distribuise principalmente pelo Sul da Europa, África, Sul da Ásia, Indonésia e Austrália (del Hoyo et al. 1996).
Em Portugal continental, durante a época de nidificação é mais comum no interior do território, ocorrendo principalmente junto a cursos de água corrente, mas encontra-se também em zonas húmidas costeiras; de inverno, distribui-se principalmente por zonas próximo de cursos de água e por zonas costeiras, nomeadamente estuários (Rufino 1989, Farinha & Costa 1999, ICN dados não publicados).
População
Não existe nenhuma estimativa actual da população nacional nidificante. No entanto, a estimativa actual para o território espanhol (Balmori 2003) permite estabelecer intervalos de confiança da estimativa portuguesa, que foi calculada como podendo estar compreendida entre 500 e 4.000 indivíduos maturos.
Durante o inverno, a espécie tem sido monitorizada desde a década de 1970, mas somente nas zonas estuarinas (Sousa 2002b). A análise destes censos até 2000 permitiu verificar que a abundância da população invernante tem permanecido estável e que o número de indivíduos recenseados tem oscilado em redor do valor de 100 indivíduos (Sousa 2002b) o entanto, uma vez que as contagens não têm assegurado uma cobertura nacional a sua abundância estará subestimada, admitindo-se que a população invernante nacional esteja entre os 250 e 1.000 indivíduos maturos.
Em termos de estatuto de ameaça a nível da Europa, a espécie é considerada Em Declínio, embora ainda provisoriamente, apresentando um declínio recente moderado (BirdLife International 2004). As populações invernantes na Europa Ocidental apresentam-se estáveis (Wetlands International 2002). Esta tendência, juntamente com o facto de se admitir que o habitat não esteja em declínio em Portugal, levou a assumir um risco de extinção da população invernante no nosso território mais reduzido, tendo descido uma categoria na adaptação à escala regional.
Habitat
Utiliza vales de montanha e cursos de rios, preferencialmente de água corrente durante o verão, com pequenas ilhas ou praias e sem perturbação humana. Pode utilizar também lagunas, açudes e albufeiras, principalmente com vegetação ripícola e habitats estuarinos (e.g. canais e esteiros de salinas).
Durante o Inverno é encontrado principalmente junto a cursos de água interiores e na costa utiliza predominantemente zonas entre-marés, salinas e outros habitats estuarinos.
No entanto pode utilizar outros habitats terrestres, principalmente campos agrícolas alagados.
Factores de Ameaça
Esta espécie é sobretudo afectada por perda ou degradação de habitat (por acção do Homem). A população nidificante é ameaçada, entre outros factores, pela construção de barragens, alterações na quantidade de sedimentos transportados pelos rios e a destruição de vegetação ripícola. A população invernante é afectada pelo abandono ou degradação de salinas e pela transformação de salinas em aquacultura marinhas.
A perturbação humana também pode pôr em risco a nidificação desta espécie.
Medidas de Conservação
Alguns trechos de rio e a maior parte das áreas estuarinas utilizadas por esta população estão incluídas em áreas com estatuto de protecção legal (Reservas Naturais, Zonas de Protecção Especial, Sítio Ramsar). Várias outras zonas foram recentemente designadas como Zonas Importantes para as Aves (Costa et al. 2003). No entanto, é necessário assegurar a conservação do habitat e a minimização dos factores de ameaça referidos, nomeadamente a promoção da salinicultura. Importa obter estimativas fiáveis do efectivo populacional e melhor conhecimento da sua distribuição.
Notas
No Continente a espécie ocorre também como migrador de passagem. Na Madeira ocorre como invernante, mas em números reduzidos.
in Livro Vermelho dos Vertebrados
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