quarta-feira, 17 de novembro de 2010

AMD K6

 
Depois do fiasco do K5, a AMD trabalhou duro para actualizar seu projecto e lançar o K6 a tempo de competir com o MMX da Intel.

Em termos de recursos, o K6 trazia 64 KB de cache L1 integrado ao processador e compatibilidade com as instruções MMX. Uma grande oportunidade da AMD com o K6 foi mantê-lo compatível com as placas mãe soquete 7 usadas pelo Pentium e Pentium MMX, facilitando bastante a vida dos utilizadores.
Por causa de sua arquitectura mais avançada, o K6 supera em desempenho não somente o Pentium clássico, mas também o Pentium MMX, chegando perto até mesmo do Pentium II em muitas aplicações.

O calcanhar de Aquiles do K6 porém, é seu coprocessador aritmético, que possui uma arquitectura muito mais simples do que os modelos utilizados pela Intel no Pentium MMX e no Pentium II, sendo por isso bem mais lento.
Apesar deste defeito não atrapalhar o desempenho do K6 em aplicações de escritório, faz com que o seu desempenho em aplicações gráficas, como processamento de imagens ou vídeos, jogos com gráficos tridimensionais (como o Quake II) fique bastante prejudicado. Nestas aplicações o K6 chega a ser mais de 20% mais lento que um Pentium MMX do mesmo clock e uma percentagem ainda maior se comparado com processadores Pentium II ou Pentium III.
Na época do lançamento, o K6 não era exactamente um processador de baixo custo, pelo contrário, o mais enfatizado pela AMD era o seu bom desempenho em inteiros e sua arquitectura mais avançada. Na  verdade, o K6 já é um processador de sexta geração, com uma arquitectura muito semelhante à dos processadores Pentium II e Pentium III. A principal diferença entre a arquitectura destes processadores e do Pentium e Pentium MMX antigos é que esta nova safra de processadores já incorpora um núcleo RISC, são na verdade processadores Post-RISC.
Foi esta mudança de filosofia que permitiu que a frequência dos processadores crescesse tanto nos últimos tempos. Veja, um Pentium MMX de 233 MHz utiliza uma arquitectura de 0.35 mícron. Quanto menores os transístores, mais alta será a frequência de operação que o processador será capaz de atingir. Seguindo esta regra, dá para imaginar que se produzido numa técnica de 0.13 mícron, como os processadores mais actuais, o 233 MMX pudesse operar a 700, talvez 800 MHz. Pois bem, a Intel já demonstrou um protótipo do Pentium 4 de 0.13 mícron operando a nada menos que 3.5 GHz. Ou seja, não foi apenas a miniaturização dos transístores, mas também a evolução nos projectos dos processadores que permitiram que a indústria de semicondutores chegasse aonde chegou.
Frequência x Aquecimento

Quanto mais elevada for a frequência de operação de um processador, maior será a quantidade de calor gerado. Justamente por isso, os fabricantes procuram desenvolver novas tecnologias de fabricação, que permitam produzir chips com transístores cada vez menores, a fim de diminuir o consumo de energia e consequentemente a geração de calor. 

As primeiras versões do K6 utilizavam uma técnica de produção de 0.35 mícron e utilizavam tensão interna de 2.9 ou 3.2 volts. Estas primeiras séries são chamadas de “modelo 6” e costumavam aquecer bastante, necessitando de um cooler de boa qualidade. 
A partir da versão de 233 MHz, o K6 passou a ser produzido usando uma nova técnica de produção de 0.25 mícron, o que garante uma geração de calor bem menor. Estas versões são chamadas de “modelo 7” e operam com tensão de apenas 2.2v. 
Note que apesar do encaixe ser o mesmo, nem todas as placas socket 7 oferecem os 2.2v exigidos pelos K6 modelo 7. Na verdade, a maioria das placas antigas só são capazes de fornecer 3.3 ou 3.5v, as tensões utilizadas pelo Pentium antigo.
Todos os K6 de 166 e 200 MHz são produzidos usando-se a técnica de produção de 0.35 mícron, enquanto que todos os processadores de 266 e 300 MHz o são pela técnica de 0.25 mícron. O problema são os processadores de 233 MHz, pois estes foram fabricados com ambas as técnicas, dependendo da série. Para reconhecer um ou outro, basta olhar a voltagem que está estampada no processador.
in Manual de Hardware Completo
de Carlos E Marimoto

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