Com a chegada da estação do inverno, temos oportunidade de treinar e retreinar nossos jovens em habilidades manuais e eficiência.
Suponho que pessoas mais capazes que eu possam manter seus jovens ocupados e progredindo em conhecimento sem utilizar qualquer sistema em especial, mas eu confesso que não posso. O único meio pelo qual eu, pessoalmente, posso efectuar qualquer coisa é estabelecendo previamente programas definidos e trabalhando neles – um geral para a estação de inverno, um mais particular para cada semana, com detalhamento para cada noite de actividade que acontece habitualmente.
Eu não os faço muito ajustados, mas deixo margens e aberturas para ocorrências imprevistas. Deste modo, uma grande quantidade de preocupações e desperdícios de tempo é economizada. De facto, raramente é exagero dizer que o resultado obtido por um plano sistemático de trabalho tem quatro vezes o valor daqueles com arranjos fortuitos. É bom para o “carácter” dos jovens ensiná-los também a fazer o planejamento antecipado de suas actividades, e, sabendo qual é o objectivo a alcançar, eles se tornam duplamente mais interessantes.
Um ou dois Chefes Escuteiros me disseram que a ideia deles para a estação de inverno é reforçar o treinamento em , digamos, quatro habilidades manuais, por exemplo, cozinha, trabalhos em couro, electricidade e sinalização. Eles conseguem um expert para vir instruir a Unidade uma ou duas noites, uma semana ou uma quinzena em cada assunto, então conseguem outro para a próxima quinzena, e assim por diante. Deste modo esperam que durante o inverno seus jovens tenham adquirido treinamento suficiente para obter quatro especialidades cada ao final do inverno.
Outro Chefe disse ter feito uma exposição e venda de objectos manufacturados pelos Escuteiros no final do inverno, tendo usado vários indutores para conseguir com que os jovens trabalhassem à noite na sede com ajuda de ferramentas, moldes, armazenamento, etc., e enquanto trabalhavam, liam em voz alta livros de aventuras, conversas de fogueiras de acampamentos, etc., com jogos ocasionais e canções para revigorar os trabalhadores.
Qualquer sistema deste tipo é valioso, mas necessariamente tem que variar de acordo com condições locais e criatividade do Chefe Escuteiro, e eu estou feliz de ver tantas boas ideias sendo iniciadas.
Não há nada como dar trabalhos manuais para os jovens para treiná-los com prazer nas actividades, mas esses devem ser do tipo que realmente interessem a eles em primeiro lugar. Isto tudo será melhor se puder ser feito com uma equipe (ou Patrulha) competindo com outra, isto quer dizer trabalho em equipe.
Novembro de 1910.
Pensamentos de B-P
contribuições de Baden-Powell para "The Scout"
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