O core Spitfire foi a primeira encarnação do AMD Duron. Com seus 128 KB de cache L1 e 64 KB de cache L2 (contra os 256 KB do Athlon), o Duron sempre foi capaz de superar facilmente um Celeron da mesma frequência, apesar de sempre ficar um pouco atrás do Athlon e do Pentium III.
A vantagem era que o Duron sempre foi muito mais barato, ideal para computadores de baixo custo. Com o core Spitfire, o Duron foi lançado em frequências de até 950 MHz mas, ao começar a se aproximar dos limites da arquitectura, a AMD melhorou seu projecto, chegando ao core Morgan, usado nos Durons de 950 MHz de produção mais recente e em todos os de 1.0 GHz em diante.
A principal novidade da nova arquitectura é a compatibilidade com as instruções SSE do Pentium III (que a AMD chama de 3D-Now! Professional), o que traz pequenos ganhos de desempenho na maioria das aplicações. O core Morgan também foi projectado para consumir menos electricidade e dissipar menos calor, mas não se anime, pois para compensar o novos Durons também usavam uma tensão mais alta (1.75v contra 1.6v dos antigos) e operavam a frequências mais altas. Somando os três factores, os novos processadores consumiam MAIS energia que os antigos. A vantagem acabava sendo apenas o melhor desempenho.
Mesmo visualmente existiam algumas diferenças entre os dois. No Spitfire o núcleo do processador fica na horizontal, enquanto no Morgan fica na vertical. Veja que também mudou a disposição dos gold fingers do processador (usados para alterar o multiplicador ao fazer overclock):
Duron Spitfire |
Duron Morgan |
Graças às instruções SSE e mais algumas melhorias no projecto do processador conseguia ser de 5 a 7% mais rápido (comparando dois processadores da mesma frequência) que o core Spitfire usado nos modelos antigos.
Teoricamente, o Duron Morgan funcionaria em qualquer placa sockett A, pois usava bus de 100 MHz e tensão de 1.75v, o mesmo que o Athlon Thunderbird. Mas, na prática, alguns utilizadores queixavam-se que algumas placas antigas simplesmente não arrancavam com os novos processadores. É uma situação semelhante à do lançamento do Celeron com cache a alguns anos atrás, quando algumas placas, como a Abit BX6 simplesmente não arrancavam com o novo processador. Era preciso conseguir um Pentium II ou Celeron antigo para ligar o computador e actualizar o BIOS e só depois utilizar o Celeron.
Claro que isso se aplica apenas às placas antigas. Os modelos fabricados posteriormente já vinham com o BIOS actualizado. O facto dos Durons com core Morgan serem compatíveis com as placas antigas, reforçava que o Athlon XP, baseado no core Palomino também era compatível. Claro que no caso do Athlon XP seria necessário que a placa suportasse bus de 133 MHz. O Duron Morgan não é tão overclocável quando o Athlon, pois era fabricado com filamentos de alumínio, ao contrário dos Thunderbirds que usavam filamentos de cobre, mas mesmo era possível conseguir bons resultados.
in Manual de Hardware Completo
de Carlos E Marimoto
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