Dos meus tempos de serviço militar obrigatório, uma recordação algo saudosista me acompanha ainda hoje, as muitas horas passadas ao volante do Unimog 411.115, muitas delas fora das estradas.
Resultado de uma modernização de um conceito dos anos 40. desenvolvido ainda antes da guerra, o modelo 401/411 é um dos mais conhecidos da gama de veículos Unimog.
Pensado para a função de veículo rural que poderia servir ao mesmo tempo de tractor agrícola e de veículo de transporte e de carga, o Unimog acabou por derivar num tipo de veículo adaptado para utilização militar.
O pequeno Unimog, foi utilizado operacionalmente em teatros de guerra, em África pelo exército português. A sua grande vantagem era a sua capacidade como veículo todo o terreno. Os seus enormes pneus e a sua suspensão aumentavam-lhe a altura, tornando o UNIMOG num veículo algo instável quando em planos inclinados (que continua a ser uma característica mesmo nos actuais veículos UNIMOG).
Mas ao mesmo tempo reduziam a pressão sobre o solo e elevavam os soldados acima da linha de capim, muito comum especialmente em Angola, onde foram utilizados operacionalmente por Portugal e permitiam uma maior protecção passiva contra minas.
O conceito do UNIMOG, começou a tomar forma na Alemanha ainda antes do fim da II guerra mundial. Ele não era no entanto um veículo militar, mas sim uma espécie de tractor rural, a que seriam acoplados equipamentos agrícolas.
Por isso, ele estava equipado com um motor muito pouco potente, capaz de desenvolver apenas inicialmente apenas 25 cv.
Eles tinham um motor a Diesel que embora resistente vivia em grande medida da desmultiplicação da caixa de velocidades, fazendo com que o veículo se conduzisse muito tempo em 1ª e 2ª, onde se obtinham as melhores prestações. Isto implicava um consumo elevado, e ao mesmo tempo permitia sempre identificar a presença de um UNIMOG pelo seu ruído característico de motor.
Os modelos seguintes do UNIMOG tentaram resolver o problema, com a inclusão de motores mais potentes e carroçarias maiores, mas o veículo sofria de problemas de consumo.
A linha UNIMOG continuou no entanto a desenvolver-se, tendo continuado a considerar a grande mobilidade como factor essencial.
Viatura táctica Ligeira Unimog 411 ou também conhecido por “burrito do mato” alcunha atribuída talvez devido ao seu tamanho e ao facto de ser um veículo tão versátil e de características de todo terreno.
Este veículo foi amplamente utilizado pelo nosso exército a quando da guerra colonial para efectuar patrulhas entre outras funções, nas patrulhas os soldados seguiam na parte de trás do Unimog sentados num banco costas com costas o que permitia que tivessem um bom campo de visão do meio que os rodeava como permitia a rápida saída do veículo em caso de ataque. As suas características nomeadamente a grande dimensão dos seus pneumáticos, o eixo descentrado que permitia que a altura mínima útil fosse cerca de 40 cm faziam com que superasse muitos dos obstáculos naturais (ou não) existentes nas colónias ultramarinas.
A Mercedes fabricou uma versão para o exército português a qual era designada de 411.115 a qual era caracterizada pela estrema simplicidade do modelo.
Este veículo foi um dos mais usados no teatro de operações da guerra colonial a par da outra versão também amplamente usada o Unimog versão 404 de motorização a gasolina.
Fabricante: Daimler-Benz - Alemanha
Tripulação: 1
Comprimento máximo: 3.57M - Largura: 1.63M - Altura: 2.1M
Peso vazio: 1750Kg. - Capacidade de carga 1400Kg.
Motor/potência/capacidades
Sistema de tracção:Quatro rodas motrizes
Motor: OM636/VI-U 4cyl 1767cc Potência: 34 cv
Velocidade máxima: : 53 Km/h - Velocidade em terreno irregular: 20 Km/h
Tanque de combustível: 70 Litros
1 comentário:
Que bela descrição! Fez-me lembrar velhos tempos, da minha juventude, e da Guerra Colonial.
Era um transporte sensacional.
Parabéns
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